domingo, 15 de julho de 2012

Farewell love song

Sim
Há algo além daqui
E existe um mundo além de nós dois
E existe amor além, eu sei

Que bem a vida fez aqui
A sorte de encontrar um amor
A sorte de encontrá-lo em você

Deixa estar que a gente vai sobreviver em som
Onde houver canção
Sabe bem melhor assim, eu sei


Não...
Prefiro não fugir do que fui
Preciso acreditar no que flui
E sei que o que há de vir é melhor pra mim Se bem que a vida vai e vem
E à sorte da distância é melhor
Guardar os fragmentos sem perder o amor

Deixe estar que a gente sabe a solidão em sol
Onde o coração alimente o rastro que deixamos por aí

Graveola e o Lixo Polifônico

sábado, 7 de julho de 2012

Como tem que ser

Acho que nunca antes fiquei tão feliz por cair na rotina, rs... É, isso mesmo, depois de uns 20 dias aqui já deu pra sentir o feeling, acostumar com o fuso horário (tava difícil, viu), com o ritmo da escola, me perco menos; fora a saudade de casa e dos meus amigos que tem ficado cada vez maior e mais presente ): mas quem escolheu o "go hard" fui eu e, cá pra nós, a gente se sente muito mais em casa quando vê que uma certa rotina foi formada. Eu até já abro a geladeira aqui (haha) e influenciei na ultima compra do mês (viram que eu gostava mais de certas coisas e compraram). Minha única dificuldade com a hostfamily (na verdade minha única dificuldade desde SEMPRE) é que eu sou sonâmbula. É. Nossa, perdi a conta de quantas vezes, desde criança, minha mãe e eu perguntamos aos médicos e eles diziam que era normal, que toda criança tinha essa fase e tal. Mas cá estou eu com 18 anos e ainda ando pela casa, me arrumo 3h da manhã pra ir pra escola/trabalho, faço monólogos pras paredes, enfim. O fato é que na minha primeira ou segunda semana eu acordei várias vezes com a luz do quarto acesa, tudo jogado no chão e o pior: esses dias eu acordei e estava pulando a janela HAHAHAHAHAHHA tenho que rir agora porque na hora deu até raiva e eu fiquei o resto TODO da noite pensando no que eu deveria fazer (a janela é bem baixinha, calma, não tentei me suicidar sonâmbula rs). Me disseram que eu deveria falar com a minha agência... Ué, mas o que eles poderiam fazer? Procurar uma hostfamily que aceitassem sonâmbulos?!
Sabe, eles não são a minha família de verdade pra me aceitar inteiramente com todos os meus defeitos blablabla, claro. Mas COM CERTEZA eles sabem que abrigar pessoas que eles nunca conheceram antes implica numa série de consequências, muitas vezes inesperadas.
Na manhã seguinte ao ocorrido, a primeria coisa que fiz foi procurar sonambolismo no dicionário de inglês; e então no café da manhã perguntei ao John se ele tinha ouvido um barulho estranho, ele disse que não (ufa!), daí pensei "ai caramba, por onde começo?"; na verdade eu nem lembro como comecei, mas me lembro que logo depois de ter dito que sou sonâmbula ele fez uma cara assustada MUITO ENGRAÇADA. Então eu ri e disse que não tem perigo não (ah tá), que é engraçado e perguntei "sei lá, tem algum problema?" ele também riu e disse que não. Tomara que ele tenha avisado o restante da família...

Semana passada foi o Canada Day.
No dia 1º de julho de 1867 foi criada a Confederação Canadense, quando os americanos queriam tomar o território e as colônias se unificaram pra fortalecer a região; desde então esse dia tem sido comemorado como o marco da independência canadense, O CANADA DAY!
Estava um domingo lindo, de sol! De manhã sai com a hostfamily pro Canada Place, parecia que não havia NINGUÉM em casa, que todas as pessoas de Vancouver estavam lá. Vimos as exposições, almoçamos e até de tarde fiquei com eles. Depois as Marinas chegaram, fui ficar com elas e eles foram pra casa de parentes (logo a noite a Yuriko chegou pra ficar com a gente e me fazer companhia pra voltar pra casa). Ficamos o dia todo no Canada Place e no downtown. Tudo era vermelho e branco. Todo mundo com roupas do Canada, pinturas no rosto e, aparentemente, muito feliz. O orgulho que eles demonstravam, o amor, a alegria deles dançando e cantando... Deu até um pouco de inveja, nunca vi o povo brasileiro assim em um 7 de setembro; talvez quando fomos penta, mas nem chegava perto. Enfim. 10h30 da noite foram os fogos... Que lindos! *-* Foram 20 minutos em que eu não pisquei, fiquei olhando pro céu, pro mar, ouvindo a imensidão de gente cantando o hino nacional... Pensei em tanta coisa... No Brasil, na minha família, meus amigos ): queria tanto tanto que eles estivessem comigo. Aqui comigo. Pensei "caramba, to aqui".








Semana que vem, FINALMENTE termino um nível na ILSC e vou pra outro. Também semana que vem começo o andamento pro meu visto americano; estou planejando ir a Seattle entre fim de Agosto e começo de Setembro. Lá é tudo muuuuuuito mais barato (sim, ainda mais que aqui) e eu já estou pensando nas roupas que terei que comprar para o inverno.
Diferente de 90% dos brasileiros que chegam aqui, minhas amigas e eu não saimos TODOS OS DIAS, não conhecemos as melhores baladas, não conhecemos todos os pontos turítiscos ainda, nem compramos tudo o que vemos pela frente. Eu vou ficar aqui um ano. Tenho tempo suficiente pra ir com calma, dosar as coisas e APROVEITAR TUDO sem esquecer do foco principal que é aprender inglês. Tenho certeza que dá pra aproveitar, aprender a língua, o povo, a cultura e os lugares dessas forma.

E os dias tem andando. Vivendo, sentindo saudade, chorando, estudando, dando risada, comida nova, amigos novos...

Um após o outro. Como tem que ser.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Porque eu tenho me apaixonado tanto por Vancouver

Fora o resfriado, as coisas continuam super bem! É, isso mesmo, resfriado. Aqui tá verão, sempre faz sol, mas venta muuuito gelado.
Pra sair em Vancouver meu kit básico de sobrevivência tem sido sempre um agasalho, mapa do downtown, guarda-chuva (ah, é que Vancouver também pode ser chamada de Raincouver), garrafinha de água (nenhum bebedouro aqui tem copinho, todo mundo leva uma garrafinha na bolsa) e o passe amarelo pro ônibus!
Sempre depois da aula a Marina Moreira e eu (ás vezes a Marina Meissner também) damos uma passeada pelo downtown, conhecemos, vemos roupas (super baratas, por sinal) e depois corremos pra casa pro jantar, porque aqui o jantar é às 6h em ponto e é a refeição mais importante do dia; os canadenses prezam muito que estejamos à mesa nessa hora, caso contrário, é só ligar pra avisar que não poderemos ficar para o jantar e tal, daí tudo bem.


Minha hostmother me mandou no face uma programação com coisas pra fazermos nos próximos 3 fins de semana. Muito fofa, né? Fomos ao cinema e vimos "That's my boy" do Adam Sandler, acho que já já chega no Brasil... MUITO ENGRAÇADO, mas ele já fez melhores. Ah e sexta fomos a um evento chamado "Voices of the night", quem estava promovendo era o Centro Cultural Italiano de Vancouver, era um programa de calouros, muito engraçado (não é por nada não, mas meus amigos cantam melhor).
No sabádo fui ao parque mais famoso de Vancouver, o Stanley Park! Quem vai a Vancouver não pode deixar de conhecê-lo! Mas você deve ir bem de manhã pra ficar o dia inteiro, ir ao aquário e alugar uma bicicleta pra andar por lá, pois o parque é enorme...


 
A minha hostfamily gosta muito de acolher outras intercambistas, aqui no total são três. Uma da China foi embora semana passada daí sábado chegou um sangue latino americano aqui haha chegou a Marina Lopez (quanta Marina nessa minha vida de intercambista)! Ela é uma fofa, conversamos bastante e já a chamei pra sairmos no domingo (meus amigos do Brasil e eu sempre tentamos chamar pessoas de outros países pra sair... é bom porque só falamos em inglês).
No domingo de manhã fui a Coastal Church. Pois é, pra mim a igreja é como uma extensão da família... Muita gente não entende, mas não dá pra ficar sem. Desde que eu estou no Brasil, já pesquiso igrejas evangélicas em Vancouver e achei a Coastal Church, é pertinho da minha escola e é a que mais se encaixava com o que eu já estou acostumada. Não tem culto domingo a noite, então fui de manhã! Foi ÓTIMO o culto, me senti em casa. Já conversei com meus pais e estou pensando em frequentar lá mesmo durante a minha estadia aqui.
Logo depois, na hora do almoço, fui com a minha hostfamily a um festival de comida italiana, bem tradicional. Eu adorei por que deu pra matar a saudade da macarronada de domingo da minha mãe.
Logo depois chamei minhas roommates pra irmos a praia com a Marina Moreira. Fomos a English Bay, uma das mais famosas:




Estava um dia de sol, MAS ESTAVA MUITO FRIO! Até fui de lenço. As praias aqui são diferentes, meio, sei lá... feias. PREFIRO AS DO BRASIL!
É engraçado porque é muito fácil reconhecer uma canadense nativa nessa época do ano: qualquer solzinho que aparece elas gostam de aproveitar e saem de short e vestido. Enquanto outras (mulherada de fora, que é maioria) de blusa, calça e bota haha. Saímos da praia e jantamos num restaurante Grego:




Em Vancouver SEMPRE tem algo pra fazer, algo diferente pra comer, algum evento cultural e está tendo um Festival Internacional de Jazz, então resolvemos ir a Galeria de Arte de Vancouver pra ouvirmos um pouco:



Tinha muuuita gente (esse não era o único palco), de todos os lugares do mundo.

O legal daqui é isso: você pode sair de casa cedo e fazer muuuuitas atividades durante o dia, anoitece tarde! Por isso, não estranhe quando olhar no relógio, ver que são 9h da noite, tá todo mundo de óculos de sol e o dia está lindo, brilhando... É que aqui só anoitece às 10h da noite =)

Estou com muitas saudades do Brasil, mas esse lugar de fato tem me encantado. Nunca vi povo tão simpático, tão educado e tão receptivo... Sem contar o transporte, a facilidade, os preços. Se você for fazer intercâmbio pro Canadá, mas não sabe qual cidade escolher, SEM DÚVIDA VANCOUVER SERÁ SUA MELHOR ESCOLHA. Nem muito quente, nem muito frio; montanhas, mar, neve e metrópole; multiculturalidade evidente quando vai a rua e vê um indiano, um árabe e um japonês na fila do banco. Ah, por falar em japonês, a influência asiática aqui É ENORME! O que mais existe no downtown é restaurante japonês e pessoas vindas do oriente. Eu andei pesquisando pra ver se achava algo a respeito que justificasse, mas não consegui achar... Então, por favor, amigos, entendam: NÃO ESTOU NO JAPÃO, NEM NA CHINA haha aqui é Vancouver, BC também chamada de Raincouver, eleita como a segunda melhor cidade do mundo pra se viver e minha atual casa :D



sábado, 23 de junho de 2012

Sobre despedidas, voo e tudo o que há de novo

Hoje fez uma semana que embarquei... Tá, que tipo de intercambista eu sou que não atualizou blog, nem postou foto, nem nada? Eu sei, eu sei. Me desculpem, mas é que é tudo muuuito novo, muita informação junta e eu REALMENTE precisava dessa semana como um pequeno período de adaptação. Quanto às fotos, ainda não postei nada porque, como já disse, deixei pra comprar minha câmera aqui; por um tempo eu só pesquisei, agora já sei qual quero, mas todas as vezes que fui a Future Shop ou a Best Buy, alguma coisa deu errado. Pois é, não era pra ser. Agora vou ter que esperar mês que vem porque andei comprando muita coisa que precisava e tal... Mas, enfim, mais hora ou menos hora eu me estabilizo, posto fotos e não vai demorar :D

Sobre despedidas
- Quando eu comecei a planejar meu intercâmbio nem imaginava que ia chegar tão rápido o dia em que eu tivesse que dizer adeus a tudo o que eu construi, aos meus tão lindos amigos, aos meus tão maravilhosos pais, meus irmãos, minha igreja, meu trabalho... Mas chegou. E foi tudo de repente, é muito sentimento junto, minha cabeça pensava mil coisas e nada ao mesmo tempo; acho que eu não estava entendendo muito bem o que estava acontecendo, pra quão longe eu estava indo e eu só pensava em viver aquilo, curtir aquilo, saborear até mesmo a dor da partida bem no estilo "to aproveitando cada segundo antes que isso aqui vire uma tragédia", sabe?
As despedidas começaram no meu trabalho... O pessoal "da produção" comprou um brinco pra mim e todo mundo escreveu em cartõezinhos e tal, achei muito legal, afinal, eu só fiquei lá 5 meses... Ah pessoal, que saudade de vocês:


Todo mundo da sala do fundo

Ainda fizemos na igreja um culto de gratidão, foi lindo

Minha mãe

Meu pai

Depois chamei em casa as pessoas mais especiais da minha vida:

Meu irmão fez pra mim *-*

Todo mundo aí nessa foto tem uma participação MUITO ESPECIAL na minha vida! Todas elas me ensinaram algo, me ajudaram a crescer, confiam em mim, acreditam nos meus sonhos e, claro, me aturaram demais falando do intercâmbio haha.

Esta despedida na minha casa foi a ultima, um dia antes do voo e eu não chorei nada, nadinha. Achei muito estranho mas hoje é que eu tenho certeza de que eu REALMENTE não sabia o que estava acontecendo e a felicidade tomava conta de mim... Acho que eu não tinha noção do tamanho da importância das coisas que eu estava "deixando" no Brasil :/ enfim.

Sobre o voo - A sexta chegou e com ela toda a correria! Algumas pessoas não sabem, mas peguei meu visto NA MANHÃ DO EMBARQUE, pois é. Hey, você aí que está planejando seu intercâmbio (e que mora numa cidade sem consulado, por isso precisa de SEDEX), aqui vai minha primeira dica: tire seu visto o quanto antes! Nunca é cedo demais pra começar a agilizar seus documentos pro consulado; se eu pudesse voltar no tempo, começaria o envio de documentos pro consulado um ano antes da viagem! O estresse seria BEM MENOR e eu ainda teria o visto americano. But, it's ok!
Saí de casa bem cedo pra não correr o risco de pegar transito, cheguei no aeroporto por volta de quatro horas antes do voo e a fila pro check-in já estava cheia! Check-in feito e foi hora de aproveitar meus ultimos momentos com a minha familia... Daí eu tive que ir. E doeu tanto ver meus pais, meu irmão, todo mundo chorando... Mas era necessário, tava feito.


E eu fui.

Não sei se dá pra ver na foto, mas aquele menino de boné e mochila ali na frente, de costas é o Mário; ele foi muito legal comigo. Lá na sala de embarque eu tava com uma cara de desespero, vontade de chorar, sair gritando e ele ficou convesando comigo, me distraindo e por um tempo eu me esqueci do que tudo aquilo se tratava.
Hora de entrar no avião e o Mário sentou um pouco longe, "ai meu Deus, quem é que vai sentar comigo?" :/ Comecei a olhar a janela, tava bem de noite, um monte de gente e de novo: DESESPERO - vontade de chorar, ai meu Deus, cadê minha mãe??! Quando as lágrimas iam começar a descer um senhor sorridente sentou  e disse: "primeira viagem internacional?" fiz que sim com a cabeça e 20 minutos depois eu tinha esquecido das lágrimas e tava dando risada das brincadeiras de um médico de Brasília (abraço, Seu Arismar).
Aêêêê! Já conheço dois brasileiros que também farão conexão Toronto - Vancouver; a hipótese de me perder já não me aflige mais.
Chegamos em Toronto. Fila pro check-in. Foi o Mário. Foi o Arismar. Foi o Pedro (outro brasileiro que conheci no voo); todos eles liberados sem precisar ir a imigração. E quando foi a minha vez, me mandaram pra imigração. POR QUE EU??? Lá foi tudo bem, demorou um pouco, mas foi tudo bem. Quando saí pela porta que me indicaram, eu estava sozinha na CIDADE do aeroporto de Toronto. Mãos suando. Pra onde ir? Pensa pensa pensa pensa pensa. Vou perguntar. NÃO ENTENDI NADA D: vou seguir as placas. Ai meu Deus o que são esses códigos? JÁ PASSEI TRÊS VEZES POR ESSE MESMO AQUÁRIO :/ :/ Faltam 30min pro embarque. Segura o choro. Pai, vem aqui me buscar =( Pergunta de novo. Tá, entendi mais ou menos. Acho que é por aqui. Ai meu Deus, não é!, VOU CHOR... "HEY, É POR AQUI" disse um anjo, rs. "Vi você pedindo informação e não entendeu nada, né?" "Pode me mostrar como chego nesse portão?" "Claro". AH QUASE DEI UM ABRAÇO NO GAÚCHO GENTE BOA. Faltando pouquíssimos minutos, cheguei na sala de embarque, vi o Arismar, o Mário, o Pedro... Nossa, uns 20 brasileiros. Enfim; foi o tempo de entrar no skype e avisar meus pais que cheguei.
No voo pra Toronto o Mário sentou do meu lado e foi tudo muito tranquilo. Chegamos. Peguei minhas malas. Encontrei o transfer com o meu nome rapidinho. Em 20 minutos cheguei na homestay. A Grace já estava com a porta aberta, com um sorrisão. Entrei. PUTS, NÃO ENTENDO NADA DO QUE ELA FALA. Vi a casa. Minhas "irmãzinhas". Outras duas intercambistas... Uma porta com um desenho de uma criança, da bandeira do Canadá: "Daniele's Room - Welcome to Canada". AWN *-* entrei. Coloquei as malas... Fechei a porta... Olhei pra um lado, pro outro... AHHHHHHH EU QUERO O BRASIL. E Chorei. Acho que como nunca antes. TENHO QUE FALAR COM A MINHA MÃE; NOTE NÃ LIGA. DESESPERO. Alguém bate na porta. Abri com a cara inchada, lágrimas escorrendo (é, nem disfarcei mesmo). Era uma criança super tímida (e linda!), trazendo pra mim uma caixa de lenço e biscoito japonês na mão: "Are u ok?". AAAAAHHHHHHHH D: D: D: Pensei nas 15horas que demorei pra chegar, no cansaço, no desespero em Toronto, na imensidão de mar e mais mar que vi na janela do avião e então minha ficha caiu: TO MUITO LONGE DE CASA. Cadê meus amigos? Meu celular não funcionava. Ah não, o que é que eu fiz? :/ E lá se foi o fim de semana mais longo da minha vida. Só conseguia chorar e pensar em arrumar um jeito de dizer pro meu pai que eu desisti. Que eu queria voltar. "As coisas vão melhorar".
Sobre tudo o que há de novo - Acordei. Tomei banho. PÔ DANIELE, OLHA ISSO, DERRUBOU ÁGUA FORA DA BANHEIRA. SECA SECA SECA. Escorreguei. Barulhão logo de manhã. Ahhhh não, mas logo no primeiro dia? =( Me arrumei. Fui pro café da manhã. Ovo, arroz e bacon na mesa. AFFF, cadê o pão e café com leite da minha mãe que eu TANTO RECLAMAVA? :/ No domingo o John (hostfather), a Tamara (hostsister) e a Yuriko (roommate) me levaram pro downtown pra fazer o caminho da escola. Muito fofos, foram conversando, tirando minha timidez, perguntavam do Brasil, iam explicando o caminho e tal... Depois de aprendido o caminho, fomos ao shopping e então conversei bem mais com a Yuriko, ahhhh, ela é demais. Saindo de lá passamos em frente a Starbucks e então comentei que nunca havia tomado café lá antes. Eles não acreditaram. ME OBRIGARAM A ENTRAR.



Confesso que me senti muito estranha, tipo um índio, sabe? Na verdade me senti assim várias vezes desde que cheguei... Sempre acontece quando eu vejo a reação deles ao me ouvirem contar como é a educação no Brasil, preço das coisas, quanto ganhamos, etc... Dá muita vergonha. Mas, né. Enfim. (Ah, e palmas pra mim que fiz meu papel de intercambista e contei pra eles que o Brasil não é só Amazonia, que a economia não vem toda da agricultura, e que nem toda mulata samba :D)
Segunda chegou e na mesa tinha cereal, suco e pães num lado a parte, tipo separado pra alguém, e era pra mim. Eles notaram que não é muito a minha praia "almoçar" no café da manhã e agora tem isso todo dia pra mim.
Fui pra escola. Muito fácil de lembrar o caminho. Chegando lá uma fila gigante de novos alunos pra mostrar a carta de aceitação. Gente do mundo inteiro. Feito isso, as turmas foram divididas  por país pra recebermos as informações (que não eram poucas) em português, conhecermos a conselheira brasileira e tal. Mas só no primeiro dia, depois disso JUST ENGLISH! hehe
Desde então o tempo tem VOADO de uma maneira absurda, meu inglês melhorou como mágica, todos os dias conheço alguém de um país diferente, todos os dias agradeço a Deus por ter me deixado ficar numa homestay com pessoas TÃO LEGAIS (é raro uma hostfamily ser tão legal contigo a ponto de você chegar em casa um pouco mais rouco que o comum e 15 minutos depois ter uma senhora batendo na porta do seu quarto te levando suco de limão com mel), percebo um valor na minha família e nos meus amigos que nunca havia percebido antes e, fora os lapsos momentâneos de extrema "homesick" está tudo MARAVILHOSAMENTE BEM. Minha auto confiança só aumenta e o mundo tem ficado pequeno com tanta informação nova adquirida em uma semana.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Só mais um dia. Várias despedidas. Um coração apertado, um outro acelerado... "/ Incrível como a gente só se dá conta do que tem na mão quando vê que tá escapando pelos dedos... A gente até vê que quer ficar com aquilo, quer ter, quer levar junto, mas não dá. Tem que soltar. E dói! Esse lado dolorido é o lado ruim, mas sempre quando dá eu procuro o lado bom e talvez o lado positivo seja ver que eu plantei coisas (ás vezes até sem perceber) que cresceram, deram frutos e eu sei que esses frutos permanecerão lá mesmo, onde os plantei, mesmo longe =)
Dá um alívio, um sentimento de dever cumprido: passei em um lugar onde deixei minha marca, ensinei algo à alguém; deixei, ao menos, um feixe de luz...

Aê, terminei de comprar tudo o que faltava, vi mais algumas pessoas e parece até que to de TPM: já chorei, já fiquei feliz, fiquei triste, com medo, ansiosa... E, no momento estou triste :/ ah, achei que nem ia ficar nada, mas fiquei... Deve ser normal, né? Tomara...

Próximo passo é revisar checklist, revisar mala, ver mais alguns amigos, curtir minha mãe, trocar dinheiro... E adiar a saudade, o máximo possível.

Ainda hoje posto de novo =) BOM DIA

sábado, 9 de junho de 2012

6 dias


6 dias. Eu acho que nem caiu a ficha ainda, ou sim. Ah, mas sabe o mais importante? TÔ FELIZ :D nem sei se mereço tudo de bom dessa fase: total apoio dos meus pais, meus amigos compartilhando minha alegria, Deus fazendo tudo dar tão certo... Dá uma dorzinha "largar" pessoas tão maravilhosas aqui, tudo o que eu construi, minha mãe sempre tão linda (a que mais vai fazer falta); mas chegou o momento!, e eu sou daquelas pessoas que não se acomodam, que buscam, que não esperam casar pra sair de casa... Hora de enfrentar o mundo é a qualquer hora e coragem não me falta =)
Hoje começam algumas despedidas e eu ainda tenho taaaaaanta coisa pra fazer! AAAH, VAMOS NESSA hehe
"Eu não temerei pois tu sabes bem como cuidar de cada momento...
Se perdido estou, és meu Bom Pastor
Deus presente, contigo seguro estou"